O destino de hoje fica na Alemanha, em Berlim, uma cidade localizada na região centro-oeste da país. Ela fica a 27 quilômetros de Potsdam, 249 quilômetros de Hannover e 504 quilômetros de Munique. Vamos focar nesse texto no Muro de Berlim como um local que você pode visitar e descubrir um pouco mais sobre a história.
Berlim é uma cidade enorme. Em 2015, contava com 3,5 milhões de habitantes dentro dos limites da cidade. Além disso, a cidade apresenta uma grande relevância como pólo econômico, financeiro e cultural da Europa.
O aparente desenvolvimento que podemos observar andando pelas ruas da cidade esconde um passado recente obscuro, marcado pelos interesses parcialmente escusos de outras nações em solo alemão e grande desigualdade.
Você está planejando viajar para Berlim ou apenas quer enriquecer seu repertório cultural? O texto de hoje tem como objetivo apresentar para você a história do muro de Berlim. Com toda a certeza, se você estiver visitando a cidade, ter conhecimento por trás de um acontecimento que marcou a história não apenas de um país, mas do mundo todo, pode fazer com que sua visita seja muito mais proveitosa.
Vamos lá!
Tabela de Conteúdos
Um dos símbolos mais conhecidos da cidade, o Muro de Berlim acabou entrando para o imaginário mundial como o símbolo da disputa entre duas ideologias. Porém, para compreender esse cenário, é necessário primeiro voltar um pouco no tempo.
A construção do Muro de Berlim se deu no contexto da Guerra Fria (1947-1991). A Guerra Fria começou logo após a Segunda Guerra Mundial e aconteceu em um cenário de disputa entre duas potências rivais: os Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
O conflito entre os dois países se dará, principalmente, no plano ideológico. Essa característica foi responsável por colocar o termo “fria” para descrever essa guerra. O conflito entre socialismo x capitalismo, que teve início no século XIX, será a principal característica desse momento histórico.
Como tanto os Estados Unidos como a União Soviética possuíam armamentos nucleares que, no caso mais otimista levaria a destruição mútua e, no pessimista, a destruição do planeta, a guerra travada entre os dois país foi tanto entre ideias como pela busca de zonas de influência nas quais poderiam consolidar suas ideologias. Porém, é importante salientar que os dois países acabaram alimentando conflitos em outros países, como é o caso do Vietnã e Coréia.
O historiador inglês Keith Lowe apresenta bem como se apresentavam as condições da Europa ao fim da Segunda Guerra Mundial:
“Pense em um mundo sem instituições. É um mundo em que as barreiras entre os países parecem ter dissolvido, deixando uma paisagem única, inacabável, na qual as pessoas viajam em busca de comunidades que já não existem mais. Não há mais governos, em escala nacional ou mesmo local. Não há escolas, universidades, bibliotecas ou arquivos, nem acesso a qualquer tipo de informação. Não há cinema ou teatro, e certamente não há televisão. O rádio funciona ocasionalmente, mas o sinal é distante e quase sempre em uma língua estrangeira. Ninguém viu um jornal há semanas. Não há estradas de ferro ou automóveis, telefones ou telegramas, correio; não há nenhum tipo de comunicação senão aquela que é passada de boca a boca”.
Nesse panorama de destruição, surgirá então a ajuda bem vinda de dois países que, longe de serem bons samaritanos, viam na Europa um local de atuação. Os Estados Unidos lançam, sob comando do presidente Henry Truman, o Plano Marshall, que tinha como objetivo financiar a construção da Europa Ocidental do pós-guerra. A contrapartida soviética não tardará a se seguir. O Plano Comecon, de 1949, tinha como objetivo deter a influência do Plano Marshall na região.
Mas como todos esses acontecimentos levaram à construção do muro?
A Segunda Guerra Mundial terminou com a rendição da Alemanha no dia 8 de maio de 1945. Logo após o final da guerra, os países vitoriosos (os aliados) se reuniram no que ficou conhecido como a Conferência de Potsdam.
Essa conferência acabou dividindo a Alemanha entre os vitoriosos, surgindo assim as zonas de ocupação. Berlim também foi dividida em quatro setores: o francês, britânico, americano e soviético. Os três primeiros, em 1949 e sob a égide do Plano Marshall, formarão a República Federal da Alemanha (capitalisa) e, no mesmo ano, a zona soviética se torna a República Democrática da Alemanha (socialista), dividindo a Alemanha em dois estados pelos próximos 40 anos.
O Muro foi visto como necessário pelo lado oriental para evitar a fuga da população para a zona de influência capitalista. Entre 1949 e 1961, mais de 2,5 milhões de alemães do leste fugiram para o Oeste. Em 1961 começa então a construção do muro.
Durante o período em que o muro estava erguido, 5.000 pessoas fugiram, 135 morreram, 200 foram feridas e 300 presas. O aparato construindo junto com o muro foipensado para manter o controle mais rígido possível. Com uma extensão total de 155 quilômetros, apenas 43 quilômetros passavam pelo centro da atual capital alemã. Ele tinha uma altura média de 4 metros e se manteve em pé por mais de 28 anos – 10.315 dias para ser mais exato.
O ano da queda do muro marcará o início do desmantelamento da União Soviética. No dia 9 de novembro de 1989 todas as fronteiras entre as duas Alemanhas são abertas. Inaugura-se assim a Nova Ordem Mundial, termo cunhado em 1990 pelo então presidente norte-americano George W. Bush. No ano seguinte a URSS já não existirá mais.
A Guerra Fria havia chegado a um fim. Mas isso não significou necessariamente um período de paz e colaboração entre as nações. A inimizade surgida pela então recém-criada Rússia e os Estados unidos perdura até os nossos dias, mais de quase 30 anos após a queda do Muro de Berlim.
O Cherkpoint Charlie era um posto militar das tropas aliadas (ocidentais) localizado na fronteira entre Berlim Ocidental e Oriental. Atualmente, o local se converteu em um ponto turístico famoso da cidade. A notoriedade desse local se dá principalmente devido a um incidente que ficou conhecido como a Crise de Berlim de 1961.
No dia 27 de outubro de 1961, o mundo inteiro prendeu a respiração. Os tanques de guerra americanos e soviéticos posicionaram-se frente a frente, prontos para atirar. Isso ocorreu na rua Friedrichstrasse, no Checkpoint Charlie.
A solução para a questão se deu por via diplomáticas, após um telefonema entre Kruschov e Kennedy. O Checkpoint Charlie ficou então famoso por ser o lugar em que quase estourou outro conflito de proporções mundiais. E isso que não havia transporrido nem uma década entre o fim da Segunda Guerra Mundial e o incidente.
O melhor local para conhecer de perto o muro de Berlim é na East Side Gallery. O local conta com uma seção de 1.113 metros de muro devidamente preservardo e transformado em uma galeira de arte a céu aberto. Artistas de todo o mundo deixaram registradas suas intervenções no muro – muitas vezes de forma crítica.
É lá que fica localizada um dos grafittis mais célebres do mundo, o “Mein Gott, hilf mir, diese tödliche Liebe zu überleben”, muitas vezes referido como o Beijo fraternal. A autoria da imagem é do artista russo Dmitri Vrubel.
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